Igreja Batista Emanuel Reformada de Petrolândia
Publicando e compartilhando artigos que promovam a Glória ao nosso Deus
quinta-feira, 19 de janeiro de 2017
terça-feira, 16 de julho de 2013
O fenômeno Cinquenta tons de cinza
Tenho
de começar esse texto fazendo duas confissões. A primeira é que ainda
não li Cinquenta tons de cinza — o best-seller sobre o qual todo mundo
está falando. A segunda é que não tenho a menor intenção de fazê-lo. De
algum modo — talvez pelo flagrante mau gosto da coisa toda — ele
simplesmente não me apetece. Entretanto, após ter lido algumas boas
resenhas, esse parece ser o tipo de livro digno daquela observação de
Ambrose Bierce: "As capas deste livro estão muito distantes". Cerca de
480 páginas de distância, antes que você me pergunte.
No caso de você incrivelmente ainda não saber da existência de Cinquenta tons de cinza, de E. L. James, esse é exatamente agora o livro mais comprado no mundo, tendo vendido em toda parte 40 milhões de cópias. É também considerada a brochura vendida mais rapidamente em todos os tempos, desbancando a série Harry Potter, de J. K. Rowling.
A trama central é o "relacionamento" entre uma ingênua moça de 22 anos, Ana Steele, e Christian Grey, um bem-sucedido empresário de 27 anos a quem ela conhece ao entrevistá-lo para um trabalho universitário. Ela se sente atraída por ele e espera viver um romance, mas logo fica claro que ele não está interessado em um relacionamento do tipo "flores e chocolate", e que o único tipo de relacionamento no qual está interessado é algo puramente sexual envolvendo servidão, dominação, sadomasoquismo. Eu não quero entediar você com mais detalhes escabrosos, basta dizer que o resto do livro é uma dispersão de cenas que caberiam facilmente em qualquer revista pornográfica explícita.
O fato mais interessante sobre o fenômeno dos Cinquenta tons é que a esmagadora maioria de seus leitores é mulher. Por que isso é interessante? Bem, aqui estamos meio século depois da aparente emancipação das mulheres, e milhões delas estão com a língua de fora por um livro pornográfico sobre uma garota que se submete a um pervertido autoritário, dominador, e permite que ele faça o que bem quer com ela. Quanto empoderamento! Quanta emancipação!
O feminismo pode parecer confuso para aqueles que não fazem parte dele. As feministas aprovam ou condenam a pornografia? Ela é uma força poderosa e libertadora nas mãos das mulheres, ou uma ferramenta de opressão e humilhação nas mãos dos homens? Bem, tudo depende de com quais feministas você está falando. Durante o fim dos anos 1970 e início dos anos 80, um racha dividiu o que ficou conhecido como feministas da segunda onda, e na subsequente guerra dos sexos feminista, dois grupos usaram o termo "feminista" para se descrever, embora mantivessem visões diametralmente opostas em assuntos tais como a pornografia.
Uma busca rápida na internet revela exatamente essa discórdia com respeito a Cinquenta tons de cinza. Por exemplo, no site Feministing.com, as defensoras do "Cinquenta tons é libertação" discutem em termos efusivos sobre quão alentador é para as mulheres poder ler tal literatura supostamente iluminadora sem sentir-se envergonhada. Uma das autoras comenta: "Para mim, a popularidade de Cinquenta tons é evidência de que, no mínimo, as mulheres gostam de ler sobre muitos tipos de relação sexual — e as pessoas provavelmente deveriam experimentar todos esses tipos, porque todos parecem ser realmente interessantes".
Enquanto isso, no site Hercirclezine.com, as adeptas do "Cinquenta tons é opressão" perguntam como é possível em algum lugar do planeta Terra uma feminista endossar tal livro. Uma delas diz: "Estes livros dizem às mulheres que elas querem não apenas ser objetos... mas também que querem ser dominadas — no quarto e fora dele. É pornografia em sua forma mais pura, e a pornografia prospera porque é o que os homens querem ver".
Devo admitir que se eu tivesse de escolher um grupo, ficaria exata e prontamente do lado do "Cinquenta tons é opressão". É claro que a pornografia torna as mulheres em objeto — essa é a questão toda aqui. A pornografia é específica e inteiramente antitética às relações. Cinquenta tons de cinza não é diferente, e se as que alegam que ele é libertação realmente acreditam que livros como esse não darão sua contribuição ao solapamento do que ainda resta de honra e ternura entre os sexos, então elas devem fazer três coisas:
Mas embora eu esteja do lado das adeptas do "Cinquenta tons é opressão" em suas críticas ao livro, é só até aí que minha aliança com elas pode ir. Elas estão corretas apesar de sua cosmovisão, não por causa dela. Isso é visto no seguinte comentário postado no Hercirclezine.com, reagindo às notícias de que a diocese anglicana de Sidney está para incluir uma promessa de que a noiva deve "amar e ser submissa" ao marido:
Para que se registre, o tipo de submissão bíblica de que falou Paulo não se assemelha à relação entre o tapete e a sola do sapato, nem à relação entre um cafetão e uma prostituta (vide Hebreus 13.4), mas, ao invés disso, a mulher deve submeter-se a um marido que "ama sua esposa como Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela" (Efésios 5.22, 25). Logo alguém dirá que muitas mulheres não são casadas com homens assim tão altruístas, então como se pode esperar que sejam submissas? Isso é bem verdade, mas Paulo está escrevendo a cristãos dentro do contexto da Nova Aliança, e por isso se qualquer marido age de tal modo a tornar impossível a submissão de sua esposa à sua liderança, então como recurso último ela tem todo o direito de levar o caso aos presbíteros da igreja, e eles têm a obrigação de tratar desse problema.
Ao mesmo tempo, uma objeção desse tipo não tem outro propósito senão o de tirar o foco da questão central. Pois a rejeição das feministas ao ensino de Paulo não é para que as mulheres não tenham de submeter-se a um marido ranzinza, mas para que não tenham de submeter-se a ninguém — nem mesmo a um marido que a ame de forma sacrificial. O que elas simplesmente não entendem é isto: a submissão da esposa cristã não é um sinal de inferioridade. Não significa que ela é de algum modo menor do que o seu marido em dignidade ou honra, ou que as opiniões e desejos dela são de alguma forma menos dignos do que os dele. Pelo contrário, ela é igual a ele em cada aspecto — ela é a glória de seu marido, como Paulo deixa claro em outra parte — mas com uma exceção: na hierarquia estabelecida por Deus é o marido que é o "diretor" da casa. Ele é aquele que carrega a responsabilidade por sua direção e é ele que irá prestar contas de tudo que acontece em seu lar.
Cinquenta tons de cinza sem dúvida continuará conquistando milhões, e com isso dando a hordas de mulheres a falsa ideia de que o que estão lendo é emancipação feminina. Não é. A emancipação feminina não pode ser encontrada rejeitando-se o tipo de submissão apresentada em Cinquenta tons e então se rejeitando também o tipo de submissão apresentada em Efésios só porque alguém não consegue dizer qual a diferença entre esses dois tipos de submissão. A verdadeira emancipação da mulher está em primeiro confiar em Jesus Cristo e então buscar um homem que se esforça por se assemelhar a ele. Submeter-se a esse tipo de homem será para ela glória e deleite.
Qualquer pessoa sabe que um jeito
bem ruim de resenhar um livro é não tê-lo lido antes; então, ao invés de
me lançar a um retumbante fracasso nessa tentativa, meu objetivo é
simplesmente olhar para o fenômeno dos Cinquenta tons através das lentes
de uma visão de mundo cristã. Se você estiver questionando se temos
mesmo de considerar esse tipo de coisa, a resposta é simplesmente esta:
os muros da igreja e das famílias estão hoje certamente mais cheios de
brechas do que jamais estiveram, e ao invés de irradiar luz por suas
frestas, o que ocorre é normalmente o contrário. O conteúdo que está do
lado de fora entra na igreja e nas famílias, e boa parte dele não é bom.
Fingir que esse conteúdo não existe não é a resposta. Existe, sim, e
sua influência é enorme. Mesmo cristãos estão lendo livros como esse, o
que obviamente não é bom, mas ainda que não tivessem contato com tais
livros, a influência de tais materiais ainda se faria sentir na igreja e
nas famílias cristãs, a medida que os tabus culturais tornam-se
práticas culturais. A única maneira de deter esses efeitos perniciosos é
saber com o que estamos lidando e estar completamente seguros de que
temos o antídoto.
De que trata?
No caso de você incrivelmente ainda não saber da existência de Cinquenta tons de cinza, de E. L. James, esse é exatamente agora o livro mais comprado no mundo, tendo vendido em toda parte 40 milhões de cópias. É também considerada a brochura vendida mais rapidamente em todos os tempos, desbancando a série Harry Potter, de J. K. Rowling.
A trama central é o "relacionamento" entre uma ingênua moça de 22 anos, Ana Steele, e Christian Grey, um bem-sucedido empresário de 27 anos a quem ela conhece ao entrevistá-lo para um trabalho universitário. Ela se sente atraída por ele e espera viver um romance, mas logo fica claro que ele não está interessado em um relacionamento do tipo "flores e chocolate", e que o único tipo de relacionamento no qual está interessado é algo puramente sexual envolvendo servidão, dominação, sadomasoquismo. Eu não quero entediar você com mais detalhes escabrosos, basta dizer que o resto do livro é uma dispersão de cenas que caberiam facilmente em qualquer revista pornográfica explícita.
Por que as feministas amam/odeiam esse livro?
O fato mais interessante sobre o fenômeno dos Cinquenta tons é que a esmagadora maioria de seus leitores é mulher. Por que isso é interessante? Bem, aqui estamos meio século depois da aparente emancipação das mulheres, e milhões delas estão com a língua de fora por um livro pornográfico sobre uma garota que se submete a um pervertido autoritário, dominador, e permite que ele faça o que bem quer com ela. Quanto empoderamento! Quanta emancipação!
O feminismo pode parecer confuso para aqueles que não fazem parte dele. As feministas aprovam ou condenam a pornografia? Ela é uma força poderosa e libertadora nas mãos das mulheres, ou uma ferramenta de opressão e humilhação nas mãos dos homens? Bem, tudo depende de com quais feministas você está falando. Durante o fim dos anos 1970 e início dos anos 80, um racha dividiu o que ficou conhecido como feministas da segunda onda, e na subsequente guerra dos sexos feminista, dois grupos usaram o termo "feminista" para se descrever, embora mantivessem visões diametralmente opostas em assuntos tais como a pornografia.
Uma busca rápida na internet revela exatamente essa discórdia com respeito a Cinquenta tons de cinza. Por exemplo, no site Feministing.com, as defensoras do "Cinquenta tons é libertação" discutem em termos efusivos sobre quão alentador é para as mulheres poder ler tal literatura supostamente iluminadora sem sentir-se envergonhada. Uma das autoras comenta: "Para mim, a popularidade de Cinquenta tons é evidência de que, no mínimo, as mulheres gostam de ler sobre muitos tipos de relação sexual — e as pessoas provavelmente deveriam experimentar todos esses tipos, porque todos parecem ser realmente interessantes".
Enquanto isso, no site Hercirclezine.com, as adeptas do "Cinquenta tons é opressão" perguntam como é possível em algum lugar do planeta Terra uma feminista endossar tal livro. Uma delas diz: "Estes livros dizem às mulheres que elas querem não apenas ser objetos... mas também que querem ser dominadas — no quarto e fora dele. É pornografia em sua forma mais pura, e a pornografia prospera porque é o que os homens querem ver".
Devo admitir que se eu tivesse de escolher um grupo, ficaria exata e prontamente do lado do "Cinquenta tons é opressão". É claro que a pornografia torna as mulheres em objeto — essa é a questão toda aqui. A pornografia é específica e inteiramente antitética às relações. Cinquenta tons de cinza não é diferente, e se as que alegam que ele é libertação realmente acreditam que livros como esse não darão sua contribuição ao solapamento do que ainda resta de honra e ternura entre os sexos, então elas devem fazer três coisas:
– Sair do mundo da lua;
– Estudar as estatísticas de crescimento de crimes sexuais e violentos nos últimos 50 anos e pôr ao lado alguns gráficos traçando a explosão da pornografia;
– Tentar entender isso.
– Estudar as estatísticas de crescimento de crimes sexuais e violentos nos últimos 50 anos e pôr ao lado alguns gráficos traçando a explosão da pornografia;
– Tentar entender isso.
O que a submissão bíblica não é
Mas embora eu esteja do lado das adeptas do "Cinquenta tons é opressão" em suas críticas ao livro, é só até aí que minha aliança com elas pode ir. Elas estão corretas apesar de sua cosmovisão, não por causa dela. Isso é visto no seguinte comentário postado no Hercirclezine.com, reagindo às notícias de que a diocese anglicana de Sidney está para incluir uma promessa de que a noiva deve "amar e ser submissa" ao marido:
"
O que eu acho especialmente incômodo é essa nova moda que está
acontecendo em Sidney, onde as mulheres devem adotar uma tendência do
tipo Cinquenta tons de cinza. Seus votos de casamento incluem um
contrato de submissão. Isso é degradante e um tremendo retrocesso. Todas
essas mulheres que se deleitam em ser submissas são patéticas
ovelhinhas deslocadas no tempo (ou talvez precisem de ajuda
psicológica). "
De
algum modo essa moça e muitas outras como ela parecem acreditar que o
tipo de submissão que está sendo jurada nos casamentos de Sidney —
juramento baseado na Epístola de Paulo aos Efésios — é do mesmo tipo que
está sendo retratada em Cinquenta tons de cinza. Para tais pessoas, só
há dois tipos de submissão possíveis nas relações homem/mulher:
– O estilo islâmico, no qual a mulher não é mais do que um capacho, desprovida de ideias próprias e tendo de andar atrás de seu marido vestindo algo parecido com uma roupa de morcego,
– ou a submissão do tipo objeto sexual, na qual a mulher é meramente uma escrava das exigências de um pervertido arrogante.
E então quando Paulo escreve que as mulheres devem ser submissas ao marido, ele estaria enfatizando a submissão no estilo islâmico ou a submissão a uma perversão sexual. Ou quem sabe ambas. Correto?
Bem, não exatamente. Isso é o que se pode chamar de grande mal-entendido. Deixe-me esclarecer: Cinquenta tons de cinza não nasceu de uma cultura cristã. Nem poderia vir de uma cultura cristã. A cultura que gerou esse livro é o secularismo humanista que coloca o sexo e o direito ao orgasmo em pé de igualdade com as liberdades fundamentais da Constituição. Então, para as feministas que confundem o apóstolo Paulo com a autora E. L. James: por mais que vocês odeiem Cinquenta tons de cinza, vocês não estão fazendo isso a partir da cosmovisão cristã, mas da cosmovisão feminista — uma cosmovisão que rejeita totalmente o cristianismo e tudo que ele tem a dizer sobre a relação homem/mulher.
– O estilo islâmico, no qual a mulher não é mais do que um capacho, desprovida de ideias próprias e tendo de andar atrás de seu marido vestindo algo parecido com uma roupa de morcego,
– ou a submissão do tipo objeto sexual, na qual a mulher é meramente uma escrava das exigências de um pervertido arrogante.
E então quando Paulo escreve que as mulheres devem ser submissas ao marido, ele estaria enfatizando a submissão no estilo islâmico ou a submissão a uma perversão sexual. Ou quem sabe ambas. Correto?
Bem, não exatamente. Isso é o que se pode chamar de grande mal-entendido. Deixe-me esclarecer: Cinquenta tons de cinza não nasceu de uma cultura cristã. Nem poderia vir de uma cultura cristã. A cultura que gerou esse livro é o secularismo humanista que coloca o sexo e o direito ao orgasmo em pé de igualdade com as liberdades fundamentais da Constituição. Então, para as feministas que confundem o apóstolo Paulo com a autora E. L. James: por mais que vocês odeiem Cinquenta tons de cinza, vocês não estão fazendo isso a partir da cosmovisão cristã, mas da cosmovisão feminista — uma cosmovisão que rejeita totalmente o cristianismo e tudo que ele tem a dizer sobre a relação homem/mulher.
O que é a submissão bíblica
Para que se registre, o tipo de submissão bíblica de que falou Paulo não se assemelha à relação entre o tapete e a sola do sapato, nem à relação entre um cafetão e uma prostituta (vide Hebreus 13.4), mas, ao invés disso, a mulher deve submeter-se a um marido que "ama sua esposa como Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela" (Efésios 5.22, 25). Logo alguém dirá que muitas mulheres não são casadas com homens assim tão altruístas, então como se pode esperar que sejam submissas? Isso é bem verdade, mas Paulo está escrevendo a cristãos dentro do contexto da Nova Aliança, e por isso se qualquer marido age de tal modo a tornar impossível a submissão de sua esposa à sua liderança, então como recurso último ela tem todo o direito de levar o caso aos presbíteros da igreja, e eles têm a obrigação de tratar desse problema.
Ao mesmo tempo, uma objeção desse tipo não tem outro propósito senão o de tirar o foco da questão central. Pois a rejeição das feministas ao ensino de Paulo não é para que as mulheres não tenham de submeter-se a um marido ranzinza, mas para que não tenham de submeter-se a ninguém — nem mesmo a um marido que a ame de forma sacrificial. O que elas simplesmente não entendem é isto: a submissão da esposa cristã não é um sinal de inferioridade. Não significa que ela é de algum modo menor do que o seu marido em dignidade ou honra, ou que as opiniões e desejos dela são de alguma forma menos dignos do que os dele. Pelo contrário, ela é igual a ele em cada aspecto — ela é a glória de seu marido, como Paulo deixa claro em outra parte — mas com uma exceção: na hierarquia estabelecida por Deus é o marido que é o "diretor" da casa. Ele é aquele que carrega a responsabilidade por sua direção e é ele que irá prestar contas de tudo que acontece em seu lar.
Cinquenta tons de cinza sem dúvida continuará conquistando milhões, e com isso dando a hordas de mulheres a falsa ideia de que o que estão lendo é emancipação feminina. Não é. A emancipação feminina não pode ser encontrada rejeitando-se o tipo de submissão apresentada em Cinquenta tons e então se rejeitando também o tipo de submissão apresentada em Efésios só porque alguém não consegue dizer qual a diferença entre esses dois tipos de submissão. A verdadeira emancipação da mulher está em primeiro confiar em Jesus Cristo e então buscar um homem que se esforça por se assemelhar a ele. Submeter-se a esse tipo de homem será para ela glória e deleite.
Original: Not from my Worldview: The Fifty Shades of Grey phenomenon. Disponível em Reformed Perspective.
Tradução: Márcio Santana Sobrinho
Copiado de: http://www.reformahoje.org/artigos/literatura/37-o-fenomeno-cinquenta-tons-de-cinza
quinta-feira, 11 de julho de 2013
Relato da Visita ao Pr. Allan Richardson (junho de 2013)
Por volta das 9
horas de sábado, dia 22 de junho, saímos de Delmiro Gouveia com destino a
Petrolândia. Deixamos nossos filhos Ramon e Abraão na casa de parentes, fizemos
um rápido almoço, apanhamos os irmãos Wilson Vital e o diácono Wellington Silva
e, às 12h05min, rumamos para Campina Grande, onde iríamos pernoitar. Na nossa
companhia estava a irmã Nita Brilhante, minha mãe, que passara alguns dias em
Delmiro Gouveia.
A viagem foi muito boa, mas cansativa, pois tivemos que usar uma das rotas mais longas devido às péssimas condições das rodovias. Registramos um livramento que Deus nos deu ao chegarmos em Custódia: devido à pista estar escorregadia por causa de uma forte chuva que caía no momento, um veículo abalroou outro que vinha imediatamente atrás de nós, ao ponto de passar pelo acostamento, à nossa direita, mas não fomos atingidos por nenhum dos dois. Às 18h.30min chegamos à residência de Samuel Brilhante, no bairro do Catolé em Campina Grande, que iria nos hospedar. A irmã Nita Brilhante nos preparou um delicioso café, que apreciamos junto com Márcia e Sarinha, esposa e filha do irmão Samuel (estava trabalhando), além de seu sogro, irmão Santino e da sogra, irmã Mary, que tinham acabado de chegar de viagem. O irmão Samuel e esposa são membros da Igreja Congregacional Conservadora da Avenida Canal e seu sogro e nora, membros da Igreja Congregacional Conservadora das Malvinas, todas em Campina Grande. Após a janta conversamos um pouco e fomos dormir.
A viagem foi muito boa, mas cansativa, pois tivemos que usar uma das rotas mais longas devido às péssimas condições das rodovias. Registramos um livramento que Deus nos deu ao chegarmos em Custódia: devido à pista estar escorregadia por causa de uma forte chuva que caía no momento, um veículo abalroou outro que vinha imediatamente atrás de nós, ao ponto de passar pelo acostamento, à nossa direita, mas não fomos atingidos por nenhum dos dois. Às 18h.30min chegamos à residência de Samuel Brilhante, no bairro do Catolé em Campina Grande, que iria nos hospedar. A irmã Nita Brilhante nos preparou um delicioso café, que apreciamos junto com Márcia e Sarinha, esposa e filha do irmão Samuel (estava trabalhando), além de seu sogro, irmão Santino e da sogra, irmã Mary, que tinham acabado de chegar de viagem. O irmão Samuel e esposa são membros da Igreja Congregacional Conservadora da Avenida Canal e seu sogro e nora, membros da Igreja Congregacional Conservadora das Malvinas, todas em Campina Grande. Após a janta conversamos um pouco e fomos dormir.
Levantamos cedo no domingo, Dia do Senhor, e às 7h.30min abastecemos o veículo já em direção a João Pessoa. O trajeto até à capital paraibana foi tranquilo e, por volta das 9h30min encontramos a Igreja Congregacional Conservadora em João Pessoa, que tem como pastor o Rev. Rubens Dutra. Cumprimentamos alguns dos irmãos antes do início da escola bíblica e adentramos ao templo. O estudo versava sobre o pecado imperdoável, cometido contra o Espírito Santo. O Pr. Rubens fez uma introdução, recapitulando o que já havia sido estudado e estimulou os presentes a responderem algumas perguntas que levavam os irmãos a pensarem mais a respeito. Consideramos muito edificante a escola bíblica, inclusive porque o tema trouxe à baila verdades basilares da fé cristã como a perseverança dos santos e a obra da salvação. Terminada a EBD, conversamos com vários irmãos e também com o Pr. Rubens sobre a igreja, as reuniões semanais, os assuntos estudados, dentre outros.
Recebemos o convite para almoçar na casa do Presb. Adriano Fábio, o qual prontamente aceitamos. O irmão Adriano Fábio é um estudioso das doutrinas da graça, e tem sido um dos ajudadores do Pr. Rubens no processo de reforma daquela igreja. Como é de costume quando nos encontramos, abordamos questões teológicas e doutrinárias com o Presb. Fábio e os irmãos Wilson Vital e Wellington Silva. Após o delicioso almoço com direito a não menos saborosa sobremesa, fizemos contato com o Pr. Allan Richardson para nos passar o endereço e as referências de sua residência em Bayeux, para onde rumamos sem demora. Lá, a escola dominical começa às 17 horas e, em seguida, realiza-se o culto solene.
Chegamos sem dificuldades a Bayeux; o Pr. Allan foi nos encontrar já bem próximos à igreja e sua residência. Nos cumprimentamos, ele nos instalou, conversamos e acertamos rapidamente a programação para podermos descansar uns poucos minutos, e estarmos bem para a continuação da intensa programação. Em menos de 1 hora já nos aprontávamos para ir à Igreja Presbiteriana de Bayeux. O Pr. Allan está trabalhando discipulado com os irmãos e preparando-os melhor para o acompanhamento de irmãos que desejam o batismo, assim como a abordagem diária dos crentes com a proclamação do Evangelho aos perdidos. Ele preparou a apostila com diversas lições para servir de material de ensino e apoio. No final do estudo os irmãos se manifestaram procurando tirar suas dúvidas. No intervalo que antecede o culto fizemos um lanche rápido e conhecemos alguns irmãos da igreja, dentre eles o jovem que toca violão e se dispôs a ensaiar conosco os salmos para cantarmos. Na liturgia o Pr. Allan incluiu o cântico dos salmos no lugar das músicas contemporâneas que ainda são utilizadas – o pastor faz uma análise criteriosa desses cânticos e somente os que não possuem erros doutrinários e teológicos são utilizados. Entoamos os Salmos 15, 16 e 40 com toda a igreja, que acompanhou bem e pudemos observar a maioria dos irmãos cantando, o que nos deixou muito contentes. No próximo sábado, dia 29/06, a igreja irá realizar o I Simpósio de Louvor e Adoração abordando os salmos. A mensagem foi expositiva com o título “A soberania de Cristo na escravização da vontade do homem” baseada em Fp. 2.5-11, e chamou os irmãos à santidade, pois é o que Cristo requer dos seus servos.
Ao término do culto alguns irmãos nos cumprimentaram e até encontramos um que há seis anos morava em Jatobá-PE. O Pr. Allan nos levou em João Pessoa pra jantar com sua esposa, e mais dois casais de jovens irmãos nos acompanharam. Durante o jantar conversamos, principalmente, da formação em psicologia de uma das jovens, à luz das Escrituras. Retornamos a Bayeux e continuamos a conversar; agora mais diretamente sobre o Pr. Allan, o início do seu ministério e também sobre nossa igreja. A conversa foi bem dialógica, franca e muito boa. Ficamos até perto das 2 horas da manhã, quando o sono nos venceu. Acordamos por volta das 8h30min e saímos com o Pr. Allan para tomar café; como era feriado, tivemos dificuldade em encontrar um lugar adequado para tal. Retornamos ao apartamento e rapidamente nos aprontamos para partir. Despedimo-nos já com saudades dos edificantes momentos que lá passamos, carregando na bagagem as muitas recomendações e lembranças do Pr. Allan e de sua esposa Juciane aos irmãos da Igreja Batista Emanuel Reformada de Petrolândia; o Pr. Allan ainda nos acompanhou até o acesso à BR 230.
Chegamos em Campina Grande por volta das 12h15min e na viagem notamos pequena trepidação na direção do carro que logo foi diagnosticada como desgaste excessivo da parte interna dos pneus dianteiros. Por isso almoçamos rapidamente e fomos procurar adquirir os pneus e trocá-los. Entretanto, como era feriado, não encontramos local adequado para fazer o serviço de montagem, balanceamento e alinhamento e resolvemos só viajar no dia seguinte – aproveitamos para abastecer e ganhar tempo, pois já se encaminhava para o final da tarde. Novamente ficamos hospedados na casa do irmão Samuel Brilhante que estava nos orientando onde comprar os pneus e fazer o serviço. Descansamos um pouco pois o cansaço era visível. Jantamos e pouco depois nos recolhemos para recobrar as forças.
Acordamos bem cedo e tomamos o café da manhã com Samuel e Márcia que tinham compromisso cedo – Márcia iria trabalhar e Samuel estudar na UEPB, ambos em cidades distintas. Confirmamos por telefone a oficina que executaria o serviço e nos despedimos da irmã Nita e de Sarinha (filha de Samuel e Márcia) que a esta hora tinham acordado. Após a troca e montagem dos pneus novos, numa rápida avaliação da suspensão, foram identificadas folgas que demandaram a substituição de peças. Autorizamos e saímos do prestador de serviço às 10h45min direto para a rodovia em direção a Petrolândia. Paramos às 13h15min em Sertânia para almoçar e logo após em Custódia para abastecer, aproveitando o preço do combustível. Às 17h.20min chegávamos em Petrolândia. Deixamos os irmãos Wilson e Wellington em suas casas e fomos pegar o restante da família que estava dividida na casa de parentes, irmãos da igreja, já transmitindo os abraços fraternos daqueles que encontramos nessa viagem (a família Brilhante na Paraíba e os irmãos de João Pessoa e Bayeux). Como em todo o trajeto, chegamos bem em Delmiro Gouveia, às 19h40min, gozando da proteção de nosso bondoso Deus. Se pudéssemos mensurar o cansaço, por maior que tenha sido, nem de longe se comparou ao êxito da viagem, pois certamente nos aproximamos mais do Pr. Allan, e ele de nós, além de termos mantido contato com os rebanhos da Igreja Presbiteriana de Bayeux e da Igreja Congregacional Conservadora de João Pessoa.
Delmiro Gouveia-AL,
26 de junho de 2013.
Diácono Rogério
Brilhante Gonçalves
quarta-feira, 10 de julho de 2013
segunda-feira, 1 de outubro de 2012
PREGAÇÕES REFORMADAS
A transmissão das mensagens da Igreja Batista
Reformada de Caruaru é feita ao vivo todo domingo das 09h30 às
11h30 e das 18h. às 20h.
Pela manhã há o
ensino da Escola Dominical e à noite a pregação da Palavra de Deus
no Culto Solene. Sejam todos bem vindos para escutar a doutrina.
Brevemente haverá um
link para transmissão de mensagens diariamente durante as 24 horas. Serão colocadas todas as mensagens pregadas assim como os
salmos cantados.
Divulguem este link
para que o maior número de pessoas sejam alcançadas, com o
propósito exclusivo de propagar a santa, justa e boa Palavra de
Deus.
quinta-feira, 31 de maio de 2012
MANIFESTO DOS PASTORES BATISTAS CLÁSSICOS
No último sábado, dia 26
de maio de 2012 foi organizada a ORDEM DOS PASTORES BATISTAS CLÁSSICOS DO
BRASIL. A reunião ocorreu nas dependências da Igreja Batista Boas Novas do
Rodoanel em Carapicuíba, São Paulo, Brasil. O encontro, além de criar a
organização, gerou um manifesto, o qual transcrevemos a seguir, autorizando
toda a mídia interessada a publicar o texto para o conhecimento da coletividade
evangélica:
Há menos de cinqüenta anos havia um jeito próprio de
ser batista. Na ortodoxia doutrinária tínhamos uma mesma hermenêutica para a
interpretação bíblica. Havia seminários credenciados no preparo de pastores.
Havia editoras confiáveis para a aquisição de literatura teológica de alto
nível. Havia confissão doutrinária nas instituições de ensino teológico. Não
havia discussão pneumatológica. Éramos todos conservadores: não aceitávamos o
falar em línguas estranhas como dom atual do Espírito Santo, não tínhamos
curandeiros na prática de supostas curas, não admitíamos profecias ou
revelações extra-bíblicas e não possuíamos pastoras ou apóstolos no rol de
obreiros eclesiásticos.
A liturgia de culto era do tipo reformada. O púlpito
ficava no centro das atenções, pois a pregação bíblica tinha importância
crucial. A música era religiosa, era sacra, direcionava a igreja no ato da
adoração, transmitia mensagens cantadas e apelava evangelisticamente ao pecador
inconverso. Não havia “números especiais”, mas “participações no culto”. Não
havia “equipes de louvor”, mas músicos, cantores, orquestra, coro e
instrumentistas. Os oficiais mantinham reverência, uma postura de formalidade
sagrada, apresentando-se bem trajados, pois compreendiam estar realizando algo sublime.
Os pregadores buscavam a excelência, numa linguagem
sadia e rica, numa prédica bem lógica e num sermão bem formatado, pois criam
estar formando opiniões e entendiam que seus auditórios eram compostos de
pessoas inteligentes e sensatas, que cresceriam na cultura e no conhecimento
bíblico.
As relações entre igrejas eram de, no mínimo, entre
“co-irmãs”, isto é, que tivessem o máximo de pontos de igualdade e o mínimo de
divergências. Assim, era comum o intercâmbio entre igrejas batistas, às vezes entre
batistas e protestantes, mormente presbiterianos, mas praticamente nunca com
igrejas pentecostais.
Os ritos de oração eram ordeiros: alguém orava e
outros acompanhavam com “amém” intercalado, ou diziam pequenas frases baixas,
para não atrapalhar nem quem orava e nem o auditório. Os crentes possuíam ética
comportamental por onde iam: não participavam de danças ou bailes, suas filhas
não celebravam aniversários de quinze anos em programação idêntica a das
debutantes seculares, não iam a cinemas e teatros com programa e auditório
indecentes, não bebiam nem em casa e nem socialmente, não falavam palavrões,
não contavam piadas chulas, não participavam de arruaças, não compartilhavam de
cultos ecumênicos, não assistiam novelas imorais.
Os pastores tinham postura diferenciada na
sociedade: não faziam dívidas que não pudessem pagar; andavam decentemente
trajados e não participavam de diversões que colocassem em risco sua postura
sóbria e solene de ser; eram hospitaleiros e queridos; buscavam aprimorar sua cultura;
tinham sólida formação teológica e sabiam defender a sua fé; eram leais no
matrimônio, cordatos nas relações, graves em suas colocações; não compactuavam
com os pecados do rebanho, mas disciplinavam com coragem e determinação; não
pregavam auto-ajuda, mas anunciavam o “assim diz o Senhor”.
Pastores batistas não participavam de organizações
pentecostais, não aceitavam ceder a fé em prol do convívio pacífico com outros
cristãos. Eram leitores contumazes, eram mestres do bem, eram elegantes em suas
colocações, eram destacados na sociedade.
A Ordem dos Pastores funcionava como um centro de
reciclagem teológica, de recuperação espiritual, de convívio com os pares e de
referência para o ministério. Seus encontros eram todos considerados solenes,
não havendo espaço para transformá-los em meras reuniões informais de amigos.
Tudo era visto com extrema importância e valor.
Mas meio século se passou. O tempo trouxe mudanças
radicais na sociedade, nas regras sociais, e, para surpresa e decepção nossas,
nas igrejas e na postura pastoral dos batistas.
A hermenêutica tornou-se de múltipla escolha. Hoje a
filosofia que impera na interpretação bíblica é a relativista: o que vale para
uma igreja, ministério, pastor, época ou situação podem variar inesgotavelmente.
Cada um interpreta a bíblia a seu bel-prazer.
Não há mais um seminário ou uma rede de seminários
dignos para preparar os pastores; hoje qualquer um busca preparo onde desejar,
independentemente da confissão de fé que a instituição tenha. Assim, há pastores
formados em instituições pentecostais, ecumênicas, fundamentalistas,
protestantes e batistas liberais. A literatura evangélica consultiva tornou-se
extensa e comercial. A cada mês surgem novas versões bíblicas, novas
teorias da Alta Crítica, novas filosofias de ministério, novas propostas de
crescimento de igreja, novos sistemas mirabolantes de revolução eclesiástica, e
nossos obreiros, seduzidos pelo crescimento rápido, fácil e abundante, cedem ao
canto da sereia e à lábia da serpente.
Hoje é “pecado” dizer-se cessacionista. Mais da
metade dos pastores batistas crêem em manifestações pentecostais, ainda que
veladas, ainda que não confessadamente como sinais do Batismo do Espírito
Santo. Outros, muito mais ousados, transformaram suas igrejas em autênticas
agências neopentecostais, com cópias malfeitas do sistema dessas seitas: noite
dos empresários, sessão de descarrego, quebra de maldições etc.
Há igrejas batistas com ações tão pentecostais que
chegam a assustar os próprios membros de igrejas carismáticas. Há
pastores que procuram “açucarar” a questão pentecostal, tolerando quem faz suas
investidas em casa ou em reuniões de grupos pequenos, sem causar tumulto no ato
público geral. Outros tentam conciliar o irreconciliável, tecendo longos
discursos inócuos que não dizem absolutamente nada. Há ainda os que se sentem
tão doutos, tão gabaritados nas línguas mortas que crêem ser os próprios
oráculos da fé, aptos para interpretar a pneumatologia à luz de sua própria
auto-suficiência.
O púlpito foi para o canto ou transformou-se em
apetrecho desnecessário. A plataforma das igrejas transformou-se em palco para
shows. Normalmente os instrumentos musicais, equipamentos eletrônicos e outros
elementos de mídia ocupam todo o espaço. Não há diferença dos palcos de
programas televisivos. Geralmente, o pastor é o animador de auditório. Há
os dançarinos, que ocupam a parte de baixo, rapazes e moças, com roupas de balé
ou de candomblé (esvoaçantes e de tecidos soltos) fazendo coreografias de
acordo com o ritmo, com o tema ou com o momento vivido no culto.
Os músicos seguem a moda: ou tocando rock ou músicas
chamadas de “comunidade, louvor e adoração” ou emotivas como as dos mantras da
Lagoinha. Geralmente há as “ministrações” que são simulacros de manifestações
pneumatológicas, onde os dirigentes dizem receber mensagens, falando “assim diz
o Senhor”. Há também aqueles “ministradores de louvor” que fazem pequenos
sermões entre músicas, ocupando praticamente o culto todo. Na hora do sermão do
pastor não há mais o que pregar ou não há mais tempo ou não há mais paciência
para ouvi-lo. Na verdade diluiu-se o púlpito em cápsulas de nada.
Hoje se paga para alguém louvar a Deus. Convidam-se
grupos de sucesso, cantores de mídia ou “testemunhadores” profissionais que
consigam atrair grande público, aos quais se paga um bom cachê, além de dividir
a oferta da noite; práticas essas neopentecostais declaradas, que se
transformaram em praxe moderna de cultos protestantes.
Os pregadores perderam a homilética, transformando-a
em prática de palestras seculares de auto-ajuda. Não há mais diferença entre
prédica, sermão, oratória sacra e palestra de auto-ajuda. A tecnologia, que
deveria ser apetrecho para auxiliar os palestrantes, tornou-se moda e muleta,
pois os pregadores modernos não sobem ao púlpito sem um notebook e uma tela
para datashow. Seus sermões estão cheios de cliparts, de powerpoints, de
músicas de Yanni ao fundo, um misto de paganismo com palestra empresarial. E os
seus temas? “Matando sete leões por dia”, “como vencer as barreiras”, “a arte
de transformar derrotas em vitórias” etc. Geralmente, seus compêndios
preparatórios são as publicações da internet, são os ícones da mídia evangélica
que publicam em pequenas quantidades as suas adaptações do que aprendem em
palestras de hotéis e cursos de vendas. Há pastores que se limitam a comentar
as manchetes dos jornais do dia ou ler as orelhas dos últimos livros da editora
preferida ou então tecem críticas sobre política, novelas, esportes
ou ainda sobre eventos denominacionais. Falar sobre Céu, Inferno,
salvação, perdição, moral, espiritualidade, ética, tudo isso fica para alguma
resenha no boletim ou algum suposto curso teológico para leigos, que geralmente
não passa de um livreto americano mal traduzido e mal aplicado. Resultado:
igrejas às vezes até cheias, porém fracas, sem bíblia, sem doutrina, sem
espiritualidade.
A linguagem no púlpito tornou-se também coloquial.
No afã de transformar a prédica em algo inteligível para todos, ousou-se mudar
também a língua, rebaixando-a ao seu mais ínfimo nível. Assim, não é raro ouvir
palavrões na pregação. Palavras feias, chulas, frases de mídia, chavões,
português mal aplicado, tudo ao gosto da modernidade. Assim como a mídia faz
questão de trazer a linguagem dos antros e dos redutos da imoralidade para a
tela e para os lares, os púlpitos refletem também a mesma pobreza, mau gosto e
qualidade: púlpitos feios, chulos e pecaminosos.
As igrejas batistas passaram a não se distinguir
mais em seus distintivos. Assim, intercambiar ou fazer coisas com igrejas de
qualquer fé e ordem transformou-se em algo normal. Já é possível ver vigílias
entre igrejas batistas, pentecostais e neopentecostais. É comum ver igrejas
batistas e igrejas católicas realizando atos sociais e cultos ecumênicos.
Tornou-se prática habitual a realização de “marchas para Jesus” ou “louvorzões”
ou “congressos”, com “ministrações” pentecostais em seu bojo. Pastores
batistas, inclusive pessoas da diretoria da Ordem dos Pastores Batistas do
Brasil e das convenções brasileira e estaduais, participam de organizações de
pastores ecumênicos, onde seus presidentes são “apóstolos” ou “bispos”, sem o
menor constrangimento. Numa convenção estadual, o seu executivo é tesoureiro de
uma organização ecumênica de pastores. Com efeito, os limites do aceitável e do
não recomendável transformaram-se em nada!
O ministério pastoral batista transformou-se de
forma aviltante. Hoje nós já temos apóstolos. Sim. O que era considerado
heresia há cinqüenta anos (era consenso geral que apóstolos foram as
testemunhas oculares do ministério de Jesus, incluindo sua morte e ressurreição
e estava restrito aos doze, ou, quando muito, ao grupo próximo dos
doze), hoje transformou-se, pela atual ciência da má interpretação
bíblica, uma “opção ministerial”, uma “restauração do ministério cristão”.
Tomou-se o termo, deu-se a tradução e aplicou-se de forma contemporânea a sua
eficácia. Então, temos hoje, no Rio de Janeiro e em Santa Catarina , os
primeiros apóstolos batistas convencionais.
Não diferindo na má interpretação hermenêutica,
temos atualmente pastoras. Mulheres, que antes serviam a Deus nas qualificações
e ministérios bíblicos claros e definidos, agora invadiram o pastorado também.
Claro, sob a ótica e a égide dos tempos modernos, das supostas “conquistas”, as
mulheres precisavam tomar também esse “reduto machista”, que é o ministério
pastoral. Já temos mais de duzentas pastoras batistas convencionais. Os
seminários batistas não apenas aceitam a realidade como já mantém cursos específicos
para suprir essa “demanda eclesiástica”. Há cinqüenta anos isso era impensável,
porém hoje se considera “pecado” e “opinião politicamente incorreta” ser contra
o pastorado feminino. Nossas instituições cooperativas posicionam-se
cada vez mais favoráveis. E os pastores que mantém sua fé cristã batista
ortodoxa são cada dia mais execrados, sem espaço, sem opinião, fadados e
relegados ao ostracismo e à marginalidade funcional.
Com tudo isso, a nova moralidade também tomou conta
de nossas igrejas. Não há mais limite entre o sacro e o profano. Hoje há bailes
dentro das igrejas. Há festas de fantasias. Há “baladas”. Casamentos há que
terminam seus festejos com verdadeiras discotecas nos salões sociais. A bebida
alcoólica transformou-se em coisa comum. O sexo entre jovens e adolescentes
agora é tolerado. Há igrejas distribuindo preservativos às uniões de
jovens. Há acampamentos que terminam em bebedeira. Há
igrejas batistas que participam do Carnaval com escolas de samba e com bailes
de máscaras. Estamos numa situação tão ridícula que custa-nos a acreditar. Já
há sex-shop gospel!
Junto a isto, soma-se o grave pecado dos “teólogos
da corte”, frase cunhada por um padre católico ortodoxo. É a mistura entre a
Igreja e o Estado, a troca de favores, o recebimento de terrenos do Estado para
a construção de igrejas; os pastores a transformar seus púlpitos em plataformas
políticas ou em trampolins para se lançarem candidatos a funções públicas,
igrejas que se tornam meros centros de convivência social a serviço da
política, congregações que recebem verbas do governo para realizar aquilo que
deveriam fazer às suas próprias expensas. É o mesmo que aconteceu com Israel no
passado, é o mesmo que aconteceu com a igreja romana e Constantino, e é o mesmo
que acontece agora entre batistas e os partidos trabalhistas ou governamentais
desta época. Religião e política misturadas.
A nossa Ordem de Pastores está realmente
representando o ministério pastoral batista? Está ela contribuindo para a nossa
edificação, reciclagem teológica, fundamentação bíblica e compartilhamento
fraterno sadio? Ou estaremos nos tornando “peixes fora d’água” no meio de um
oceano de novidades e de práticas incompatíveis com os ensinamentos bíblicos
que recebemos e nos quais cremos?
A impressão que se tem é que temos que pedir
desculpas aos colegas cada vez que nos afirmamos cessacionistas ou que não
apoiamos o ministério pastoral feminino ou que não cremos em apóstolos modernos
ou que não aceitamos sistemas mirabolantes de crescimento ou que divergimos de
campanhas esdrúxulas de 40 dias, de 100 dias, de semanas ou de novenas.
Parece que é crime ser batista tradicional e
clássico no meio dos colegas modernos, que são a vasta
maioria. Somos considerados retrógrados, quadrados, ultrapassados,
imbecis, xiitas, conservadores, fundamentalistas, reacionários, museus
ambulantes, doentes mentais etc. Para um bom convívio, temos de dizer que
“juntos somos mais” ou “minha vida, impacto para as nações”. Temos
que receber os dvds das juntas missionárias cheias de coreografias e aceitar
isso como bom. Temos que cantar a mesma música, rezar na mesma cartilha,
praticar a mesma campanha, bajular os mesmos ícones, ler as mesmas aberrações,
tudo em nome do “bom convívio e da harmonia”. E bem sabemos: não seremos convidados
sequer para fazer uma oração silenciosa, uma vez que os cargos são marcados,
numerados e direcionados a quem aglutina, a quem bajula, a quem aceita tudo.
Não foi isso que os saudosos pastores Salvador
Farina Filho e Rubens Lopes, em São Paulo , e José de Souza Marques, na Bahia,
pensaram, ao criarem as ordens de pastores batistas de São Paulo e do Brasil,
respectivamente (1942 e 1940).
Sem nenhum cunho separatista ou de cisão pela cisão,
queremos registrar o nosso protesto contra toda essa
situação teratológica que vivemos neste início do século XXI e fazer uma
proposta para ações concretas de retorno à sensatez, à sã doutrina e aos
valores basilares de nossas instituições.
Nós protestamos.
Protestamos contra a dança e a coreografia no culto
que prestamos a Deus e em nossas igrejas batistas. O culto que agrada a Deus
não é estético, é espiritual; não é profano, é sacro; não é fundamentado na
sociologia e na antropologia, mas na teologia.
Protestamos contra as igrejas batistas que
transformaram suas plataformas de púlpito, obreiros e músicos em palcos para a
realização de espetáculos! O culto não é show!
Protestamos contra aqueles que defendem os dons de
sinais como contemporâneos às igrejas. Protestamos contra os atuais profetas de
igreja, contra aqueles que dizem receber revelações extra-bíblicas, contra
aqueles que dizem ter “ministrações” em português ou em línguas estranhas.
Protestamos contra a teologia da prosperidade, que
invade a nossa teologia e os nossos cultos, escravizando o povo ao mero sucesso
financeiro em detrimento da verdadeira riqueza celestial!
Protestamos contra as unções que inventaram para a
atualidade! Nós não cremos - e desafiamos quem crê - a
mostrar-nos nas Escrituras Sagradas as tais “unção de primogenitura”, “unção de
conquista”, unção apostólica” ou quaisquer outras!
Protestamos contra a existência de apóstolos
modernos, pois não houve nem sucessão nem restauração deste ministério. Eles,
os bíblicos, foram suficientes e foram escolhidos por Cristo. Nós somos apenas
auxiliares do Supremo Pastor, nada mais que isso. Não há mais apóstolos!
Protestamos contra sistemas de crescimento de igreja
que tendem a transformá-las em fábrica de adeptos ou postos de venda de grandes
indústrias religiosas. Protestamos contra esquemas mirabolantes de ampliação e
de modificação de igrejas, à luz de supostos líderes evangélicos que mantém fé
dúbia e pouco ortodoxa! Protestamos contra G12, M12, contra Igrejas Com
Propósitos ou qualquer outro sistema que queira impor uma eclesiologia
diferente a uma igreja batista!
Protestamos contra o pastorado feminino! Mulheres e
homens são iguais perante Deus; mulheres e homens têm livre acesso ao Senhor.
Mas mulheres têm funções diferentes das dos homens e nas páginas da bíblia não
foi confiado às mulheres o ministério pastoral. Isto não as desmerece diante
dos homens. Deus nos criou com ministérios diferentes e nós ainda
cremos na Bíblia sem precisar mudá-la, ampliá-la ou adaptá-la! Não reconhecemos
o ministério pastoral feminino batista!
Cremos na Bíblia como única Palavra de Deus,
inerrante, verdadeira, fiel, isenta de manchas ou erros. Nós cremos na Bíblia e
só na Bíblia. Não precisamos de novos intérpretes, novas versões ou traduções
contemporâneas para compreender qual é a Palavra de Deus revelada. Protestamos
contra as versões modernas e adulteradoras da Palavra e não aceitamos a chamada
re-leitura das Escrituras!
Protestamos contra o culto antropocêntrico, que faz
do homem e de suas necessidades a razão de ser das atividades eclesiásticas e
religiosas. Protestamos também contra todo culto que não seja direcionado a
Deus! Protestamos contra o culto que exalta o homem e que busca a glória
humana!
Rejeitamos o ecumenismo e não admitimos uma fé
misturada com paganismos, tradições, modismos e com opiniões
meramente humanas. Protestamos contra igrejas batistas que perderam os seus
distintivos, os seus princípios, as suas raízes e se tornaram meras agremiações
liberais religiosas!
Protestamos contra as organizações eclesiásticas
dominadoras, que querem transformar as igrejas em entidades dirigidas por uma
convenção ou associação. Nós ainda cremos na autonomia das igrejas locais e na
independência das igrejas! Cremos na cooperação dos batistas, mas não na intromissão
das entidades na administração local. Protestamos contra a tendência atual de
bispado e de sedes eclesiásticas para batistas!
Protestamos contra o modernismo religioso, contra o
liberalismo teológico, contra o evolucionismo e neopentecostalismo que já
encontramos em nossas literaturas batistas e em nossos seminários infiéis.
Sim. Somos protestantes.
E, à luz do nosso protesto, anunciamos aos colegas,
aos pastores que ainda vêem com seriedade o ministério cristão batista: criamos
uma nova ordem alternativa de pastores. Uma ordem baseada em nossa comunhão
batista clássica, em nossas raízes e aspectos distintivos, em nossa comunhão
cristã ortodoxa e sem liberalismo. Uma comunhão de pastores concordes, que
pensam da mesma maneira, que lutam a mesma batalha, que possuem a mesma
opinião. Uma ordem que nos dê um rumo, uma luz, um norte, que seja um
referencial, que tenha a seriedade de assumir posições, que sirva de
organização em nível geral de colegas de opiniões semelhantes. Que seja uma
entidade com VEZ e VOZ, que expresse aquilo que muitos de nós gostaríamos de
dizer mas que, infelizmente, nem sempre poderíamos ser ouvidos isoladamente.
Uma ordem de pastores batistas clássicos, conservadores, tradicionais,
bíblicos.
“Andarão dois juntos se não houver entre eles
acordo?” Amós 3.3.
Esta ordem terá critérios claros para os seus
membros. Os critérios seriam exatamente aqueles que foram foco do protesto que
fizemos logo acima, fruto da observação de todas as coisas que nos causam tanto
aborrecimento e perplexidade.
Esta ordem se transformará num autêntico “selo de
qualidade de obreiro batista”. Quem for associado dela terá uma recomendação
muito boa a seu respeito, pois seus membros serão reconhecidos como bem
doutrinados, conhecedores da Palavra de Deus, de moral ilibada e de vida
espiritual reconhecida. Assim eram os pastores da Ordem dos Pastores
antigamente. A nossa carteirinha, à moda antiga, com páginas para
carimbo.
Esta Ordem promoverá a comunhão entre os obreiros de
mesma opinião. Tal comunhão seria conseguida através de correspondências,
encontros, redes sociais, amizades verdadeiras, discipulados,
“pastoreamento” entre os colegas, bem como o compartilhamento de experiências.
Também preparará novos obreiros. É bom que se diga
que não é o seminário que faz o bom pastor. Muitos dos nossos pioneiros eram
autodidatas, não fizeram cursos formais de teologia. Infelizmente, hoje há
seminários que mais estragam os candidatos do que os preparam para o
ministério. A nossa ordem poderá desenvolver o seu próprio preparo teológico
para os seus obreiros, com seminário à distância, e/ou presencial, publicação e
recomendação de boas literaturas teológicas para os seminaristas. No caso de
concílios, poderemos ser consultados pelas igrejas dos colegas, para o exame
dos mesmos e a sua recomendação ao ministério pastoral. Os nossos critérios
serão claros e não políticos.
A nova Ordem poderá promover CONGRESSOS DE DOUTRINAS
BATISTAS. Prepararemos um currículo e um curso apostilado de nossa Ordem, para
que os colegas ensinem às igrejas as matérias concernentes ao assunto. Será uma
excelente contribuição ao trabalho batista.
A nova Ordem poderá trazer à comunhão obreiros
decepcionados com o sistema. Não somos os únicos. Somos apenas uma pequenina
parcela de pastores que ficaram aquém da máquina denominacional. Há muitos
colegas que não participam mais e não falam mais, pois divergem do que vem
acontecendo. Tais colegas, ao tomar conhecimento de nossa agremiação, poderão
motivar-se a cooperar, a contribuir, a participar e, assim, a acrescentar sua
boa experiência a serviço de nosso ministério.
A nossa Ordem terá uma página na internet. Nessa
página teremos tudo a nosso respeito: a nossa história, os nossos distintivos,
a nossa agenda, os nossos associados, os nossos artigos, as nossas igrejas, as
nossas propostas, as nossas opiniões, enfim, será uma autêntica SALA DE
IMPRENSA ao grande público, mormente à denominação batista, que, queira ou não,
terá que nos ouvir e terá que nos respeitar.
A nossa Ordem poderá editar lições bíblicas para a
EBD e publicar livros sobre o ministério e ciências bíblicas. Seremos uma
espécie de ressurreição da Casa Publicadora Baptista, com jornal e tudo. Por
que não? Não foi com 16 hinos que Salomão Luiz Ginsburg começou um hinário
chamado CANTOR CRISTÃO?
Nós, os pastores batistas concordes e convocados
para esta momento, organizamos uma aliança de pastores, nos dizeres de José de
Souza Marques em 1940 ou uma ordem de pastores batistas, nos dizeres de
Salvador Farina Filho em 1942.
Trilharemos o caminho de volta aos valores antigos,
às origens, às publicações clássicas antigas, ao procedimento pastoral bíblico
e trabalharemos com afinco neste propósito, dando a nossa parcela de
contribuição à denominação, num contraponto à situação terrível que o
ministério pastoral batista se encontra.
Criamos a ORDEM DOS PASTORES BATISTAS CLÁSSICOS DO
BRASIL, mas poderemos estendê-la a todos os pastores batistas conservadores
lusófonos pelo mundo. Nossa agremiação pode acolher outros colegas que
assinem o mesmo manifesto e aceitem as mesmas condições e não se exige dos seus
membros abdicação ou desfiliação da OPBB ou outras instituições afins.
Este é o nosso manifesto. Que Deus nos ajude!
Carapicuíba, São Paulo, Brasil, 26 de maio de 2012
Assinam este documento:
Pastor Wagner Antonio de Araújo
Pastor da Igreja Batista Boas Novas do
Rodoanel, em Carapicuíba, São Paulo, Brasil
Pastor Messias José dos Santos
Pastor da Primeira Igreja Batista em São José
do Rio Pardo, São Paulo, Brasil
Pastor Gilson Celestino dos Santos
Pastor da Primeira Igreja Batista Holística de
Vila Formosa, São Paulo, Brasil
Pastor Samuel Lima de Oliveira
Pastor da Primeira Igreja Batista em Jardim
Fortaleza, Vargem Grande do Sul, São Paulo, Brasil
Pastor Marcos Gesiel Laurentino
Pastor da Igreja Batista Fundamental em
Araguari, Minas Gerais
Pastor Ibraulino Batista de Souza
Membro da Primeira Igreja Batista da Penha,
São Paulo, Brasil
Pastor Eliseu Lucas
Pastor da Missão Batista Raízes em Guaxupé,
Minas Gerais,
congregação da
Primeira Igreja Batista em Mococa, São Paulo,
Brasil
Pastor Wilson Pereira Martins
Pastor da Igreja Batista do Bairro do Limão,
São Paulo, Brasil
Pastor Aparecido Donizete Fernandes
Pastor da Igreja Batista Sinai, São Paulo,
Brasil
Aos pastores batistas interessados e a quem
queira maiores informações:
E-mail da OPBCB: opbcb2012@gmail.com
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