segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

A Praga da Incredulidade

A maior praga que assola a sociedade moderna é a praga da incredulidade. Com o avanço da ciência, da tecnologia, os homens mais e mais querem ver a prova das coisas. E quanto mais avançam no terreno das provas, mais se distanciam do terreno da fé, do terreno daqueles que são bem-aventurados porque não viram e creram.
A incredulidade, por isso, aumenta em proporções gigantescas entre os nossos contemporâneos. E ela se manifesta na mente e na vida prática. Na mente, levando o sujeito a descrer de tudo quanto escuta acerca das coisas e Deus. E na vida prática, conduzindo a pessoa a agir como se nunca tivesse escutado a Palavra de Deus e as suas exigências para os homens.
Por tudo isso, o incrédulo está na rota de colisão com a ira de Deus, posto que a sua incredulidade desfaz de Jesus, o Verbo, desmerece a escritura infalível, suficiente e inerrante, desacredita de todos os profetas e apóstolos e pregadores fiéis, homens dos quais o mundo não era digno. Dessa forma, todos os que vivem na impiedade manifestam a incredulidade na mente, não crendo em nada do que tratam e ensinam as escrituras.
Mas também as igrejas estão povoadas de crentes incrédulos, que dizem crer na mente, porém, na prática, são tão incrédulos quanto os demais, que nunca ouviram acerca do evangelho. A escritura afirma com toda solenidade que “sem fé é impossível agradar a Deus”; Afirma que “as coisas que vemos são temporais, porém, as que não vemos, são eternas”. A escritura afirma que a fé não entra pelos olhos, mas pelos ouvidos: “Quem ouve a minha Palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna”.
Portanto, nenhum incrédulo agrada a Deus, pelo contrário, Deus está profundamente irado contra o tal. Deus é a própria verdade e a incredulidade se opõe a tudo quanto seja Deus. Por isso que ela odeia a Deus e é odiada por Ele. Incredulidade e fé são incompatíveis ao extremo. Se esse for o seu caso, corra para Jesus, peça fé, pois Ele é o Autor e o Consumador da fé. Somente com fé você sairá no mortal estado da incredulidade e agradará a Deus.
Pr. Edson Rosendo
Igreja Batista Reformada de Caruaru

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Louvor a Deus

Ronaldo Lidório

É comum observar que alguns que muito tem, com abundância e mais do que precisam, por vezes permanecem em contínuo murmúrio pelo que julgam ainda lhes faltar. Nada lhes é suficiente. Outros, mesmo tendo pouquíssimo, o pouco que tem lhes basta para encher o coração de louvor e agradecimento a Deus. Isto nos leva a uma percepção bíblica de que o louvor não é definido pelas circunstâncias da vida, mas pela atitude do coração.

O Salmo 34 é um convite ao louvor e à maturidade espiritual. Nele o salmista manifesta o seu compromisso de louvar ao Senhor em “todo o tempo”(v.1).

Louvar ao Senhor ao ganhar o que se desejou, ao ter o pedido atendido ou ao ser surpreendido por uma ótima notícia não exige nada especial do nosso coração. A proposta bíblica, porém, é bem mais ampla: é louvar a Deus em “todo o tempo”, no dia bom e também no dia mau, em plena saúde e nos dias de enfermidade, quando aplaudido ou quando criticado, ao receber uma resposta positiva do Senhor ou quando Ele nos fecha um caminho que desejávamos seguir.

Louvar a Deus em “todo o tempo” implica em reconhecer que todos os planos do Senhor são planos de amor. Que, de fato, todas as coisas cooperam, de alguma forma que pouco compreendemos, para o bem dos que sinceramente amam a Deus, e isto nos basta. Louvar a Deus em “todo o tempo” implica também em reconhecer que as circunstâncias da vida, mesmo as mais difíceis, possuem algum motivo de louvor.

Neste salmo não encontramos um cenário de perfeição que nos leva ao louvor, mas um louvor que é proferido na realidade da vida que possui seus desafios realistas e constantes. Os versos 4, 5 e 6 nos falam sobre temores, angústicas e prisões. O verso 8 nos leva, entretanto, ao reconhecimento de que além das cores que pintam o presente cenário da nossa vida, Ele é bom. Somos conduzidos não apenas a compreender a Sua bondade, mas a experimentá-la: “provai e vede que o Senhor é bom”! Deus não é apresentado como aquele que realiza atos de bondade, mas como aquele que é bom em sua essência. É da natureza de Deus ser bom.

Alguns passam por angústias e tornam-se murmuradores. Outros passam por angústias e reconhecem a bondade do Senhor. A diferença está na atitude do coração.

O louvor a Deus combate também a ansiedade da alma.Depressões, ansiedades, fobias e temores são as enfermidades do nosso século. Jamais tantos medicamentos foram produzidos e consumidos para estes problemas emocionais como hoje. Neste salmo vemos que, ao lidar com o louvor, pacificamos também nossos corações. No verso 1 ele nos fala sobre a alegria, no 2 sobre a libertação de nossos temores e no 5 da libertação das nossas angústias. Louvar a Deus alegra o coração do Pai e também pacifica a nossa alma, uma vez que reconheço que minha vida está nas mãos daquele que, em todas as coisas, é bom.

Em 1873 um navio francês, o Ville de Havre, seguia da costa leste americana para a Europa. Entre os passageiros encontravam-se a senhora Spafford e seus quatro filhos, esposa de um cristão piedoso, jovem advogado de Chicago. Nesta viagem o navio sofre um acidente e vem a naufragar, morrendo quase todos os tripulantes. Dias de desespero se seguem com a ausência de notícias para as famílias dos desaparecidos em alto mar. Finalmente o senhor Spafford recebe um telegrama comunicando que sua esposa foi encontrada ainda com vida, mas estava só. A mensagem sobre a perda de seus quatro filhos lhe aflige a alma. Ele chora e lamenta. Depois senta-se e escreve a letra de um hino que se tornaria conhecido em todo o mundo: “It is well with my soul” (Está bem a minha alma), conhecido como “Sou feliz com Jesus”. Nele ele diz:

Se paz a mais doce me deres gozar
se dor a mais forte sofrer
Oh, seja o que for, Tu me fazes saber
Que feliz com Jesus sempre sou
 
O louvor a Deus não é definido pelos marcadores da nossa história,mas sim pela bondade do Senhor que vai além das linhas do horizonte do entendimento da vida. Louvar a Deus é reconhecer que a Sua bondade será sempre maior do que qualquer tragédia que possa se abater sobre nossa existência. É cantar a Sua bondade nos dias de luz e alegria, e não deixar de fazê-lo nos dias de neblina forte e cores cinzas. Sua bondade é maior que a vida.

Um dia, em luz plena e eterna, cantaremos a Sua bondade, em “todo o tempo”. Não precisaremos de fatos da vida para fazê-lo. A Sua presença nos bastará.

Louvar a Deus é uma atitude do coraçãoPDFImprimirE-mail

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Reflexões em Deuteronômio: Escuta, Igreja! o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor!

Deuteronômio 6.1-9

Introdução

O texto de Dt. 6.1-9 é um dos núcleos do segundo sermão de Moisés e constitui a profissão de fé israelita, a Shemá.

O segundo sermão começa com a exposição dos princípios fundamentais como o Decálogo – os 10 Mandamentos (Dt. 4.44-5.33); culto ao único e verdadeiro Deus (Dt. 6); a guerra aos cultos idólatras (Dt. 7-11); e as leis relacionadas com o culto e a conduta de Israel (Dt. 12-26).

Na postagem anterior, onde expomos o primeiro discurso de Moisés, vimos que o líder de Israel falara para a nova geração, admoestando paternalmente aqueles que se encontravam prestes a herdar Canaã.

Ele relembrou os principais erros cometidos desde à saída do Egito. Que, não fosse a incredulidade, apenas 11 dias seriam necessários, ao invés dos 40 anos, para que se tivesse chegado à Terra Prometida. Que a conquista da Transjordânia ocorreu porque eles confiaram em Deus, que agiu soberanamente para que isso acontecesse e, exortou-os para que, quando envelhecessem, não esquecessem de tudo o que viram e experimentaram por parte do Eterno.

Desenvolvimento

Versículo 1

Moisés tinha acabado de repetir o decálogo para o povo, como eles tinham reagido à manifestação da divindade (trovões, relâmpagos) e como Deus expôs a Moisés o que havia verdadeiramente no coração deles.

Israel precisava desses mandamentos, estatutos e juízos! Agora era uma numerosa nação, bem diferente da quase imperceptível família que adentrara no Egito nos tempos de José, não fosse a fama desse servo de Deus.

Lembremos que este era, podemos assim dizer, o mais perfeito código civil e religioso de conduta da época (Dt. 4.8). Era perfeito porque vinha do “Ser Perfeito”. Para que fosse observado na Canaã. Isso era a antecipação do Céu, pois: Era um lugar que mana leite e mel (Nm. 13.27) sendo governado pelo próprio Deus, através de representantes que têm em suas mãos a melhor constituição civil e religiosa.

Versículo 2

O versículo dois nos mostra que o homem precisa de uma lei para agradar a Deus. Ele não pode fazê-lo sem essas orientações. Foi assim mesmo antes da queda e muito mais depois dela, quando passamos a carregar o pecado desde nossa concepção. A Lei serve para inibir o mal que em nós habita, como também nos mostrar o que devemos e o que não devemos fazer.

Ela (a Lei) é para os que a ouviram da boca do próprio Deus, como para seus filhos, netos e toda a geração futura; e não serve apenas quando estamos prestando o culto a Deus, ou quando nos reportamos às atividades “sagradas”. É pra ser guardada – que significa observada, cumprida – todos os dias da tua vida.

Sendo assim, os dias serão prolongados, porque Deus é misericordioso. Caso contrário, a justiça de Deus se encarregará de retribuir a desobediência (Dt. 7.9-10). Daí o verdadeiro temor a Deus constituir-se em guardar seus mandamentos.

Versículo 3

Quem dera Israel tivesse em mente somente os benefícios! Porque a observância da Lei só traz benefícios: ser bem sucedido e próspero (Dt. 7.13-16).

Versículo 4

O versículo quatro constituí a confissão de fé dos israelitas, a “Shemá”. É recitada todos os dias, pela manhã e à noite. Reza a tradição judaica que as primeiras palavras que a criança deve aprender a pronunciar são: Shemá Yisrael (Escuta, Israel). E as últimas palavras que pronuncia o israelita ao morrer são: O Eterno é nosso Deus, o Eterno é um.

Como a Igreja é o Israel de Deus, podemos fazer um paralelo e aplicar esse chamado a todos aqueles que ele elegeu, esse chamadoEscuta, Igreja!

Essa intimação a dar ouvidos, não fica restrito ao sentido da audição, ou da percepção do chamado pelo intelecto. Queremos dizer que essas palavras não foram dirigidas apenas aos ouvidos, senão, principalmente, ao coração. Quando elas invadem o coração e a alma, encontramos uma igreja que verdadeiramente teme e obedece a Deus. Que não pratica uma vida de superficialidade, encenando ser cristã, monoteísta, enquanto possui outros deuses: o da conveniência, da “necessidade”, da “oportunidade”.

O contexto histórico-religioso dessa época era o do politeísmo. O Egito e as demais nações que Israel tinha contato, possuíam vários deuses, seus rituais eram cruéis e demoníacos. As riquezas e gorduras dessas nações não poderiam encher os olhos de Israel: seu desenvolvimento, seu patrimônio, sua cultura. Porque levariam o povo de Deus a pecar (Dt. 7.1-5; 25-26).

Hoje não há muita diferença. A questão é que atualmente nós temos a sutileza, a aparência de santidade, o engodo, o lobo em pele de ovelha. O status, as realizações, a fartura de muitos, inclusive religiosos, estão pondo dúvidas em nossas mentes quanto à fé que professamos.

Por isso, Deus adverte seu povo com o Shemá: Escuta, Igreja! Atenta para as palavras do teu Deus, porque há um só Deus e uma só verdade!

Versículo 5

O verdadeiro significado de amar a Deus encontra-se na totalidade da devoção. Corresponde à correta profissão de fé, às atitudes que denotam uma ortopraxia, como também a correta intenção do coração, porque não basta uma mera obediência externa à lei.

Deus conhece e julga as intenções do coração. Há pouco ele revelou a Moisés o que havia no interior do coração dos israelitas, quando estes exteriormente falaram bem, entretanto, no seu íntimo não se achava o sentimento equivalente (Dt. 5.28-29).

Aplicação Pontual

Caros leitores, quando devemos fugir da hipocrisia? Quando nossos lábios professam algo que não há guarida para tal em nossos corações e até mesmo nossas mentes! Quando fazemos críticas tais ao próximo ou irmão, ao passo em que sabemos que realizamos as mesmas obras em oculto, e não nos envergonhamos disso, nem sequer nos esforçamos para mudar nossa prática!

Quantos de nós não professa amar a Deus? Talvez poucos afirmem o contrário. Mas nossa prática está distante.

A palavra amar é tão mal empregada por causa da sua banalização, que o seu sentido real tem se perdido com o tempo. Amar é doar-se, é não procurar seus próprios interesses, antes o interesse daquele que é objeto do amor; é esperar e confiar; é suportar e não se irritar/enfurecer (I Co. 13).

Quem ama a Deus, guarda os seus mandamentos porque são lâmpada para os nossos pés e luz para nosso caminho (Sl. 119.105).

Versículo 6 e 7

A lei de Deus não estava somente nas tábuas de pedra, perto de Moisés, e longe do povo. Não residia apenas com Deus nos céus, nem era de difícil entendimento. Depois de promulgada ao povo, ela foi gravada nos seus corações e todos a conheciam.

Eles deveriam repeti-la insistentemente aos seus filhos para que ficasse gravada no espírito. Era pra ser recomendada, aconselhada, mostrada e demonstrada, no interior dos seus lares, andando pelo caminho, ao dormir e ao acordar. Todos os momentos deveriam ser utilizados para o ensino da Lei de Deus.

Para que a criança conhecesse a vontade de Deus e a tivesse em alta conta. Conhecer a Lei de Deus é conhecer seu caráter, a sua essência, porque nela se encontra a perfeição – como expressa o livro dos Salmos 19.7-11. Para que a criança conhecesse os feitos do Deus a quem seus pais serviam (Dt. 6.20-25) – e venha a esconder a palavra no seu coração para não pecar contra Jeová (Sl. 119.11).

Versículo 8 e 9

É preciso meditar nessa lei diariamente. Assim como necessitamos do alimento, muito mais da Palavra de Deus – porque não só de pão viverá o homem (Dt. 8.3).

Somos propensos a nos esquecermos dos feitos de Deus em nossas vidas. O cotidiano, as atividades diárias, fazem com que passemos a agir no “automático”. As bênçãos são rapidamente esquecidas, assim como advertiu o Senhor a Israel (Dt. 6.10-12; 8.11-20). O compromisso com Deus é substituído por outras atividades que “roubam” quase todo o nosso tempo, restando para Deus apenas as sobras, quando elas existem.

Deus está dizendo: Amarra minha palavra nos teus punhos, pendura-a nos muros das tuas casas para que não venhas a te esquecer de mim. Porque Israel, tu és meu povo (Dt. 7.6-8).

Da mesma forma que Deus tirou a Israel da escravidão do Egito, nos tirou do lamaçal do pecado. Com a mesma mão poderosa, por amor ao seu nome, mediante o sacrifício de Jesus Cristo!

Da mesma forma que ele tinha prazer em abençoar a Israel, também se alegra em derramar bênçãos sobre nós (Dt. 7.1215). Maiores motivos, por assim dizer, temos nós de obedecermos ao Senhor. Porque, enquanto Israel vislumbrava a Terra Prometida (terra que mana leite e mel), nós vislumbramos o Novo Céu e a Nova Terra.

Conclusão

Agora, pois, ó Igreja, que é que o Senhor requer de ti? Não é que temas o Senhor, teu Deus, e andes em todos os seus caminhos, e o ames, e sirvas ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração e de toda a tua alma, para guardares os mandamentos do Senhor e os seus estatutos que hoje te ordeno, para o teu bem? (paráfrase de Dt. 10.12-13).

O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Amém!

Diác. Rogério Brilhante Gonçalves
Igreja Batista Emanuel Reformada em Petrolândia

Visita à Igreja Batista Emanuel Reformada

PETROLÂNDIA – 5 e 6 DE FEVEREIRO/2011

Estivemos em mais uma visita à igreja em Petrolândia neste último fim de semana. Consideramos essa igreja em alta conta por ser a nossa igreja-mãe, aquela que sentiu as dores de parto para que nascesse a igreja em Caruaru. Desde a noite da sexta-feira que fomos recebidos pelo diácono Wellington e juntos tomamos uma sopa da Soparia da igreja, na companhia de Wilson e Dagoberto (nosso companheiro de viagem). Depois de conversarmos por um bom tempo, fomos dormir no Hotel Pontal do Lago. No sábado pela manhã participamos do aniversário das crianças Abraão e Wayne, filhos dos diáconos Rogério e Wellington, respectivamente, cuja feste se estendeu até às 13 horas. À tarde aproveitamos para descansar um pouco e à noite nos reunimos com os irmãos na igreja a fim de cultuarmos a Deus, e na ocasião pregamos sobre as qualificações que devem ter os homens que trabalham na obra do Senhor, usando os textos de Ex 18.13-27 com o apoio de At 6.1-7. No domingo pela manhã expusemos a escritura sobre arrependimento legítimo, baseando o sermão em Mateus 26 e 27, mostrando os casos de Judas e Pedro, dois dos apóstolos do Senhor. No domingo à noite tivemos a Ceia no culto público e depois pregamos sobre um assunto bastante esquecido das igrejas da atualidade: a humilhação do crente diante de Deus.

Observamos significativa redução no número de irmãos em todas as reuniões que tivemos. Algumas questões resolvidas nos últimos 15 meses (mais ou menos) tiveram como resultado a exclusão de alguns irmãos. Uma coisa, porém, estava clara: a coesão dos poucos irmãos presentes. Havia um espírito de perdão no ar, um espírito de disposição de um novo começar. Em conversas com um e com outro pude perceber nas respostas que davam que os irmãos não mais possuem pendências de relacionamentos entre eles. Observei que um caso de disciplina se desenrola, porém, aproveitei e conversei bastante com o irmão em pauta, dando-lhe conselhos e incentivando-o à rendição imediata e irrestrita, o que ele prometeu fazer.

O meu companheiro de viagem ficou profundamente impressionado com a igreja, com a harmonia entre os irmãos, com a simpatia, simplicidade e acolhimento. Maravilhou-se com a liturgia do culto, chegando a dizer que onde a escritura é pregada com verdade o culto é sempre igual, querendo dizer da uniformidade confessional quanto à liturgia do culto público.

Observei que os irmãos estão bastante carentes da presença de um pastor efetivo, pois há quase um ano que estão sem pastor. Nesse período, os diáconos Rogério Brilhante e José Wellington, além do pastor Valdir Penaforte (que reside em Petrolina, distante 400 km), revezam-se na condução do rebanho.

A nossa visita foi de enriquecimento mútuo e nos encoraja a orar ainda mais para que o Sumo Pastor, Jesus Cristo, conduza logo um pastor humano para comandar o seu rebanho ali naquela amada igreja.

Na mesma noite domingo, depois do culto, e depois de tomarmos uma rápida refeição, servida nas dependências da igreja, retornamos para Caruaru, chegando em casa por volta da 1 da manhã, numa viagem bastante tranqüila, pela graça de Deus.

Pr. Edson Rosendo
Igreja Batista Reformada de Caruaru

Viagem Missionária a Caruaru e João Pessoa

Amados irmãos, mais uma vez o Senhor nos proporcionou momentos jubilosos em mais uma viagem missionária.

Alguns dias atrás meditávamos (Pastor Valdir Penaforte e Diácono Wellington) sobre como poderíamos visitar o pastor Alan, o qual reside na Paraíba. Fizemos alguns planos os quais não foram positivos; Os nossos planos não eram como os de Deus reservados para nós, pois diz provérbios 16.1: “O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios vem do SENHOR”. A resposta para essa viagem veio do Senhor que muito nos abençoou desde a saída até à volta aos nossos lares.

Saímos no sábado à noite cada um de sua cidade em direção a Caruaru: o Pr. Valdir de Petrolina por volta das 21h40min, chegando por volta das 5h.40min, e o diácono Wellington saindo de Petrolândia por volta das 23h10min e chegando às 5h. do domingo em Caruaru. Ambos fizemos uma viagem agradável, pois a ansiedade santa de estarmos com os irmãos muito nos alegrava. Aguardamos a chegada do Pr. Edson, o qual foi nos pegar e nos levou para um descanso em uma pousada, antes de começar o estudo pela manhã. Por volta das 9h20min. o irmão Osvaldo nos pegou na pousada e nos levou para a igreja.

Em lá chegando, encontramos uma igreja alegre, firmada na doutrina dos apóstolos, e compromissada com a verdade. Além disso, era visível o contentamento dos amados irmãos pelas bênçãos de Deus derramadas sobre eles e em especial pelo novo local de trabalhos que Deus estava lhes concedendo. Que alegria, que amor daqueles amados irmãos, pudemos sentir! E para completar aquela manhã de júbilo, o Senhor nos presenteou com uma mensagem genuína da sua palavra através do Pr. Edson: “O QUE É NECESSARIO PARA UMA VERDADEIRA ADORAÇÃO”. Fomos todos alimentados com o maná do céu. Após o término daquele estudo, cada irmão dirigiu-se ao seu lar. O Pr. Valdir foi com o irmão Manezinho e família. O diácono Wellington ficou com o Irmão Ezequias e família. Passamos uma tarde agradabilíssima com aqueles irmãos e seus familiares.

No inicio da noite o irmão Manezinho nos levou a igreja para o culto solene. Foi um culto genuíno, onde os irmãos se apresentaram com toda reverência, santo temor e tremor, com toda humildade e piedade. Para completar os requisitos de um verdadeiro culto, o Senhor concedeu mais uma mensagem divina através do Pr. Edson, com o título “O PERFIL DO HOMEM QUE SE HUMILHA”. Nessa mensagem Deus foi colocado no mais sublime trono, enquanto que o homem no seu devido lugar: no pó.

Para terminar aquele maravilhoso dia, após o culto, foi feito uma comemoração de agradecimento pelos aniversariantes do mês de janeiro e por aquele novo local de reunião da igreja. É um local muito agradável que satisfez todos os irmãos. Quando tudo terminou fomos para o repouso nos preparar para o dia seguinte, pois iríamos a João Pessoa na Paraíba, visitarmos o Pr. Alan e a família do Pr. Valdir.

VIAGEM A JOÃO PESSOA

Depois de experimentarmos um dia do Senhor muito enriquecedor, por casa das muitas bênçãos de Deus sobre os adoradores, depois de uma rápida noite de sono, reunimo-nos na segunda-feira logo cedinho e rumamos para a capital da Paraíba. Valdir, Edson e os diáconos Wellington (Petrolândia) e Osvaldo (Caruaru). Seguimos pela cidade de Campina Grande, num trajeto de trânsito livre e belas paisagens, principalmente por causa do verde que despontou com as últimas chuvas. Chegamos a João Pessoa às 11h30 e logo nos encontramos com o objeto da nossa viagem: o pastor Allan. Esse irmão havia feito contato com a CRBB há alguns anos e foi encaminhado por Gilson para Edson e Valdir, porém a comunicação não foi seqüenciada por falhas na net. Porém, recentemente, a comunicação foi restabelecida com o pastor Valdir e logo esse encontro foi acertado. Assim que nos encontramos, dirigimo-nos a um shopping próximo onde nos sentamos para almoçar e conversar; eram 13h00. Quando nos levantamos para sair já passava das 16h00. O pastor Allan, judeu-brasileiro, nasceu na única cidade verde do sertão paraibano – São José do Rio do Peixe, onde seus ancestrais se instalaram quando emigraram de Portugal no século XVIII. Jovem disciplinado na leitura, não tardou em conhecer a fé dos apóstolos, pela explicação de livros e mais livros que acostumado a ler desde cedo. Depois do segundo grau, matriculou-se no Seminário Betel em João Pessoa onde se bacharelou em teologia. Perto da conclusão do curso, foi pastorear a igreja batista na sua cidade natal e foi consagrado ao ministério. Retornando a João Pessoa e tendo concluído o curso e ainda pela forte influência presbiteriana na área, foi trabalhar num presbitério da grande João Pessoa, comandando uma igreja presbiteriana de uns 100 membros, porém, sem realizar os atos pastorais (como eles chamam o batismo infantil, a ceia, a assembléia e outras coisas mais). Muitas oportunidades têm surgido na vida do pastor Allan para pastorear outras igrejas presbiterianas (e excelentes oportunidades), porém, o seu coração batista não permite tal migração, por isso da sua inquietação em conhecer os batistas da CRBB a fim de visualizar o alcance da Reforma entre os batistas e as oportunidades para servir entre os tais. O pastor Allan é solteiro ainda (noivo, na verdade) e além de pastor da igreja presbiteriana referida, é também professor em diversas instituições teológicas na Paraíba. No final da conversa, depois de dizermos mutuamente o que esperamos dele e ele de nós, ele foi desafiado a estar conosco por ocasião do Retiro de Carnaval que as igrejas de Caruaru/Petrolândia/Petrolina realizarão na cidade de Garanhuns (PE), num hotel-fazenda, o que seria uma excelente porta de, numa tacada só, conhecer o miolo dos batistas reformados em Pernambuco. Ele prometeu se empenhar para se fazer presente juntamente com a noiva. Na verdade, tudo o que conversamos em apenas 3 horas seria suficiente para encher um livro, sendo este relato apenas um pequeno extrato da conversa. O pastor Allan tem grandes convicções reformadas, é bem confessional, não possui nenhuma fantasia pentecostal, é muito zeloso quanto à indissolubilidade do casamento e, mesmo militando nas fileiras presbiterianas, é avesso até às últimas consequências ao divórcio para crentes. Notei, contudo, que precisa fazer algumas diferenças na questão das alianças, coisa que rapidamente entenderá quando sair do ambiente pedobatista.

Quando íamos deixar o pastor Allan em sua casa, passamos antes rapidamente no apartamento onde moram os pais do pastor Valdir Penaforte. Encontramos o senhor Odir Penaforte, um senhor de 82 anos, hoje aposentado (foi diretor do INSS na cidade de Garanhuns-PE durante toda a vida profissional) muito bem recuperado de um AVC sofrido há alguns anos, bastante lúcido, conversando animadamente, entremeando a conversa com momentos de emoção, relembrando fatos quando juntos trabalhávamos nas searas arminianas em Pernambuco. Depois nos sentamos ao piano (ele é músico; a mãe do pastor Valdir é musicista e as duas irmãs tem vozes de anjos) e tocamos 2 salmos: o salmo 16 e o salmo 40, que possuem melodias conhecidas (TU ÉS FIEL, SENHOR e QUÃO GRANDE ÉS TU), onde todos os presentes puderam cantar com grande vibração por causa da familiaridade com as melodias. Eu, os dois diáconos, o pastor Valdir e mais o pastor Allan integramos a parte masculina do “Coral”, enquanto a mãe do pastor Valdir (Eunice) e mais as duas irmãs (Márcia e Eleide), integraram a parte feminina do Coro. Depois disso lemos a escritura no Salmo 71 e oramos, despedindo-nos daqueles saudosos irmãos. O pastor Valdir (chorão como sempre) deu uma última palavra de despedida que eu não entendi patavina. Seria preciso um Baruque, intérprete do profeta Chorão. Entramos no carro e mais algumas quadras à frente paramos novamente para abraçar o pastor Allan, de modo efusivo e saudosa. Seguimos viagem para Caruaru, chegando ás 22h00 e indo direto para o terminal rodoviário, onde o pastor Valdir e o diácono Wellington tomaram o ônibus para o sertão. No dia seguinte, ao acordar e ligar o micro, pude perceber que Deus ouviu minha oração noturna, dando boa viagem aos irmãos, pois na página de recados já estava registrada a chegada dos irmãos em seus desejados portos, sãos e íntegros. Nós de cá do nordeste envidaremos os esforços para representar a CRBB junto ao pastor Allan e lhe dar o suporte que estiver ao nosso alcance.

Pr. Edson Rosendo
Pr. Valdir Penaforte
Diác. José Wellington
Diác. Osvaldo


Que é Igreja Reformada?

Deyvid Vilella*

Não é nenhuma igreja nova, é a Igreja única de Jesus Cristo, porque Ele só tem uma Igreja em toda a Terra, embora ela seja constituída de várias igrejas locais entre todos os povos e nações. O nome poderia ser simplesmente "Igreja". Mas, o adjetivo "Reformada", foi acrescentado, a partir do século XVI, para distinguir a porção da Igreja que voltou às suas orígens bíblicas, da porção que preferiu manter características adquiridas no decorrer da Idade Média, por força do sincretismo religioso. A Igreja Reformada é a Igreja Católica Apostólica Reformada. É Católica, porque entre todos os povos ela sustenta uma doutrina única; que é o ensino dos Apóstolos, preservado no Novo Testamento. Por isso, a Igreja Reformada é também Apostólica.

A Igreja Reformada confessa todas as doutrinas do "Credo Apostólico", que por volta do século V já era amplamente conhecido na Igreja. Entretanto, rejeita diversas crenças e práticas, que não possuem sustentação bíblica, surgidas especialmente na Igreja Medieval. Entre estas encontram-se: o culto aos santos mortos, imagens e relíquias, as orações em favor dos mortos, o purgatório e a salvação por méritos pessoais do pecador.

A Igreja Reformada crê que a unidade da Igreja, que é um corpo, cuja Cabeça é Cristo, não se manifesta em uma organização hierárquica regional, nacional, ou mundial; porém, em sua sujeição à Escritura Sagrada (Bíblia) como a fonte suprema de toda doutrina sobre as relações entre Deus e o ser humano.

Pelo exposto, a Igreja Reformada rejeita como doutrina sobre as relações de Deus com o homem qualquer crença ou prática que não seja biblicamente sustentada. E, rejeita também, com igual zelo, como fonte de conhecimento das relações de Deus com os homens, qualquer revelação que não seja a própria Bíblia.

Considerando que a Salvação dos pecadores para o eterno relacionamento com Deus é o tema dominante da Bíblia, é importante destacar que a Igreja Reformada se caracteriza pela doutrina bíblica da Salvação pela graça de Deus, mediante a fé do pecador, na justificação que há em Cristo Jesus somente (Rm 4.25-5.1; Ef 2.8-10). Esta fé salvadora não é uma habilidade natural do pecador, mas um dom de Deus, mediante a pregação do evangelho (Rm 10.13-17).

Nenhuma igreja é "à prova de corrupção", ou seja qualquer igreja está sujeita a perder a pureza doutrinária. Contudo, assim como o alvo da Reforma do século XVI foi a recuperação da pureza doutrinária da Igreja de Cristo, o alvo da Igreja Reformada, hoje, deve ser a manutenção desta pureza. O nome de uma igreja, entretando, não é uma garantia de incorrupção. Portanto, até uma Reformada, precisa tomar muito cuidado para não perder a pureza, isto é, a fidelidade. Por isso, uma igreja Reformada é carcterizada por seu empenho por manter a Bíblia no centro de sua vida e culto.
*Membro da Igreja Batista Emanuel Reformada de Petrolândia